Arquivo do mês: janeiro 2009

Pré-Oscar 2009: Humor

Humor e Oscar

A ilustração acima é claramente uma sátira sobre os preferidos e os preteridos pelo Oscar. Aproveitaremos para comentar alguns dos indicados e dos esquecidos pela Academia nesse ano a partir desta figura.

À esquerda é óbvio que estão todos os tipos de filme que a Academia sempre esquece: filmes de super-heróis, desenhos, terror, filmes de ação e filmes sobre garotas. Nesse ano de 2009 a situação está bem clara, pois muitos esperavam que Batman-O Cavaleiro das Trevas ou Wall-E pudessem ser indicados ao grande prêmio de Melhor Filme. Porém, acabaram reduzidos às categorias técnicas e Wall-E também faturou a indicação de Melhor animação.

À direita, vemos os favoritos do Oscar. Biografias (TODAS!), filmes sobre o Holocausto e Segunda Guerra Mundial. Nesse ano, o escolhido que trata sobre o Holocausto é O Leitor, que abocanhou indicações para melhor filme, melhor atriz (Kate Winslet), melhor diretor (Stephen Daldry), melhor roteiro adaptado e melhor fotografia. Aliás, o nome do diretor Stephen Daldry está marcado com um coração na figura porque o diretor fez apenas três filmes, Billy Eliot, As Horas e O Leitor e foi indicado ao Oscar pelos três!

Também podemos ver “loving mommas”, as mães adoráveis, cujo exemplo desse ano é Taraji P. Henson, que interpreta a mãe de Benjamin Button. La Streep também está entre os favoritos do Oscar, afinal a atriz Meryl Streep possui o recorde de indicações ao prêmio da Academia, 15 vezes indicadas! Clint Eastwood e Woody Allen também estão entre os favoritos, mas estão riscados porque foram “esquecidos” nas categorias mais importantes do Oscar de 2009.

Assim, uma aparente brincadeira revela muito sobre a premição mais famosa do cinema mundial.

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Crítica de estreia: SURPRESAS DO AMOR

Olha bem, tem como dar certo? "Socorro, me tira desse filme!"

Olha bem, tem como dar certo? "Socorro, me tira desse filme!"

Quando assistimos a um bom filme, é difícil escrevermos algo com precisão, pois são tantos os aspectos para se elogiar que perdemos a noção de espaço. Quando assisitimos a um filme ruim, fica ainda mais difícil de escrever, porque não há absolutamente nada que chame atenção e que mereça espaço, só há aspectos para se falar mal. Infelizmente, Surpresas do Amor se enquadra na segunda categoria.

Reese Witherspoon (Kate) e Vince Vaughn (Brad) interpretam um casal de namorados que não pensa em casar e ter filhos e, por isso, se orgulha de não estar de acordo com a maioria da população que segue as tradições e vive infeliz. Além disso, ambos concordam em quase nunca visitar as famílias, que parecem ser um trauma na vida dos pombinhos. Porém, em pleno Natal, quando o voo dos dois atrasa para decolar, o casal é entrevistado na TV e se vê obrigado a visitar quatro casas diferentes de seus pais divorciados. O que poderia ser o início de uma bela comédia se torna o início de um martírio para os personagens e para o público.

O maior problema do filme está nas piadas e nas situações supostamente engraçadas. Em uma comédia romântica, supõe-se que haja romance e comédia! Porém, o que vemos no filme é uma sucessão de piadas sem graça e de mau gosto. O roteiro tenta assumir um tom caricatural, mas exagera e  aberrações. As famílias dos personagens se tornam um circo ao ponto de pessoa alguma se identificar com as situações que eles vivem. Ora, o público para esse estilo de filme não é idiota nem procura besteirol, se procurasse estaria assistindo a American Pie. Isso fica claro quando percebemos que são poucas as risadas que o filme consegue arrancar da plateia. E nunca gargalhadas.

Dessa forma, assistimos embasbacados (no mau sentido) a uma série de situações familiares que parecem ter saído do Zorra Total, tamanha a falta de competência da equipe de edição. O pai e os irmãos do personagem de Brad parecem ter surgido de alguma caverna paleolítica. Sua mãe encarna todos os clichês do desapego e dos romances com os amigos dos filhos. A mãe de Kate e seu grupinho são o cúmulo das mulheres atiradas, um exagero à parte. O pai de Kate (Jon Voight) é o único que se salva do circo dos horrores, mas não tem tempo para brilhar. Aliás, é triste constatar que todos os intérpretes dos pais de Kate e Brad são ganhadores do Oscar: Robert Duvall, Sissy Spacek,  Jon Voight e Mary Steenburgen. É isso que sobra para bons atores depois de uma certa idade…

Parco na comédia, o filme tenta passar algumas lições sentimentais e sobre relacionamentos, mas falha também. A inverossimilhança do casal principal é notável, Reese e Vince não convencem em seus papéis. Além disso, o filme tenta produzir algumas reflexões sobre casamento e gravidez quando Kate começa a questionar se realmente não deseja ser mãe, mas, sinceramente, quem mudaria de ideia observando aquelas famílias? As duas mães de bebês que Kate tem contato no filme não fariam pessoa alguma mudar de ideia: uma é a Amélia dos tempos modernos e a outra é a Barbie com um sorriso forçado. Não dá pra engolir.

No fim das contas, o filme não produz nada que valha a pena. As atuações estão caricaturais ao extremo e enjoam facilmente. A piadas não têm graça nenhuma, o romance é morno e insosso e as lições de vida são mero sentimentalismo baratinho, baratinho. Pensando bem, o melhor do filme são os bebês chorões, porque o máximo de emoção que a história consegue tirar da pelateia é o choro. De raiva.

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Pré-Oscar 2009: A História

Meryl Streep recebe seu primeiro Oscar em 1980

Meryl Streep recebe seu primeiro Oscar em 1980

Hoje inicia-se a programação especial sobre o Oscar 2009. Até dia 22 de fevereiro, quando faremos uma grande cobertura da premiação, haverá uma série especial de postagens sobre os possíveis vencedores desse ano, sobre edições passadas da premiação e sobre as diferentes categorias. Se você nunca entendeu direito o que são os diversos prêmios, siga nossa série especial.

O Oscar é o prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que nasceu em 1927. Nessa época, com o advento do cinema falado, Hollywood começava a se tornar o fenômeno que viria a ser no futuro e a Academia  foi fundada por 36 membros iniciais com o intuito de integrar e fomentar o cinema. A ideia do Oscar nasceu para premiar os melhores filmes, atores e diretores e, assim, incentivar a qualidade das películas.

Dessa forma, em 1929, ocorreu a primeira edição da modesta premiação. A década de 1930 foi um divisor de águas na história da Academia e de Hollywood, pois o cinema sonoro firmou-se e os filmes coloridos passaram a ganhar cada vez mais espaço. Foi nessa década também que, com a ajuda do Oscar, surgiram as primeiras estrelas mundiais do cinema, como Bette Davis e Katharine Hepburn.

Em 1939, o nome Oscar foi finalmente escolhido para a premiação e os ganhadores da estatueta passaram a ser escondidos dos jornais até o momento do evento. Surgia o grande mito que envolve o prêmio até hoje e fomenta bolões diversos. Durante a década de 1940, a premiação se consolidou, a influência de Hollywood aumentou e o número de estrelas também. E o Vento Levou… arrebatou inúmeras categorias e tornou-se o épico mais conhecido da história, Cidadão Kane perdeu a estatueta mas ganhou seu lugar entre os grandes e Walt Disney começou a despontar como um talentoso cartunista. Logo mais, com a ajuda da TV e da Guerra Fria, o cinema norte-americano iria ganhar o mundo impulsionado pelo American Way of Life.

Se durante os anos 195o o modo de vida americano ganhara o mundo, na décade de 1960 vários movimentos sociais agitaram o planeta e a sociedade norte-americana, em especial no ano de 1968. O Oscar tentou acopanhar a tendência, premiando filmes com consciência social e o primeiro ator negro da história, Sidney Poitier. Nessa época, também brilharam os grandes musicais da história do cinema, como Minha Bela Dama e Amor, Sublime Amor. Por outro lado, muitos apontam várias falhas da Academia durante o período, como não premiar Alfred Hitchcock por seus trabalhos na direção, garantindo apenas um prêmio por sua carreira em 1967. Cabe lembrar que a cerimônia de entrega da estatueta começou a ser televisionada em 1953.

Na década de 1970 começaram a surgir muitos dos grandes nomes que ainda reinam no cinema atualmente. Steven Spielber, Martin Scorcese, Copolla, Sydney Pollack, Robert De Niro, Jack Nicholson, Meryl Streep entre muitos outros. Numa época de várias experiências e de uma sociedade um pouco mais aberta, o Oscar premiou filmes violentos, com conteúdo psicológico e sobre minorias. Foi também o tempo em que O Poderoso Chefão despontou como um dos maiores filmes de toda a história.

No período dos anos 1980, a Academia escolheu continuar premiando filmes com conteudo social, mas adicionou uma nova variável entre seus preferidos: o sentimentalismo e o drama pesado. Muitos atores e diretores que haviam surgido em cena nos 1970 se consagraram nos 80, numa onda de filmes que marcou a geração atual de adultos.

Durante os anos 1990, os épicos continuaram muito visados e Titanic tornou-se o maior fenômeno de bilheterias da história do cinema ainda levando 11 estatutas, feito só igualado por Ben Hur (1959) e O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei (2003). Os dramas sentimentais continuaram entre os preferidos da Academia, que também premiou muitos filmes ingleses.

Neste começo de século XXI, a revolução dos efeitos especiais e da computação gráfica espalha suas inovações com força. Muitos filmes com  chances de levar os maiores prêmios para casa se utilizam de grande número de efeitos. Nos anos 2000 os músicais ressurgem com força a partir de Moulin Rouge e em 2003, com o Oscar de Melhor Filme para Chicago. No Oscar de 2002 vemos surgir uma nova categoria: Melhor Animação, com o prêmio para Shrek.

Esse pode ser um resumo da história da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas e de sua menina dos olhos, o Oscar, que se confundem com a história do próprio cinema. Cercados de polêmica, os 80 anos do Oscar não o fizeram perder seu brilho dourado, que continua a ser o maior prêmio para um profissional do cinema.

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DGA 2009

Dia 31 de janeiro serão anunciados os vencedores do DGA (Directors Guild of America) Awards. O sindicato dos diretores, na mesma linha dos atores e roteiristas, possui uma premiação para escolher os melhores de sua profissão no ano que passou. As categorias principais e os indicados são:

Melhor Diretor em Cinema

Danny Boyle (Quem Quer Ser um Milionário?)

David Fincher (O Curioso Caso de Benjamin Button)

Ron Howard (Frost/Nixon)

Christopher Nolan (Batman – O Cavaleiro das Trevas)

Gus Van Sant (Milk)

Melhor Diretor em Televisão

Bob Balaban (Bernard and Doris)

Tom Hooper (John Adams)

Kenny Leon (A Raisin in the Sun)

Jay Roach (Recontagem)

Mikael Salomon (The Andromeda Strain)

As indicações para melhor direção em cinema estão praticamente iguais às do Oscar, a única diferença é que Christopher Nolan não foi indicado pela Academia, mas sim Stephen Daldry de O Leitor. Observaremos atentos dia 31, pois se o DGA seguir a tendência atual, o prêmio será de Dany Boyle por Quem Quer Ser um Milionário?, o que aumentaria muito as chances (já altas!) de o filme levar a estatueta dourada de melhor filme pela Academia. Se o resultado for diferente deste, aí teremos bons assuntos para discutir!

Bons filmes!

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PGA 2009

PGA

Entre as premiações que antecedem o Oscar, há o PGA (Producers Guild of America) Awards, o prêmio do sindicato dos produtores. Assim como o sindicato dos atores premia as atuações de seus pares, os produtores premiam seus colegas produtores. Confira os vencedores do PGA Awards em 2009 nas categorias cinema.

Para o prêmio equivalente a melhor filme, estavam concorrendo Batman – O Cavaleiro das Trevas, O Curioso Caso de Benjamin Button (para ver a crítica clique aqui), Frost/Nixon, Quem Quer Ser um Milionário? e Milk. O vencedor do prêmio foi Quem Quer Ser um Milionário? que parece ser o favorito na corrida para a estatueta dourada.

Na categoria de animação, concorriam Bolt, Wall-E e Kung Fu Panda. Alguém tem dúvida de que Wall-E levou o prêmio? O robozinho certamente será premiado com o Oscar.

Man on Wire levou um prêmio na categoria documentário. Em televisão, foram premiados 30 Rock, Mad Men, 60 minutes, The Colbert Report e John Adams.

Até o dia 22 de fevereiro, quando a Academia premiará seus vencedores, farei uma cobertura especial do Oscar, falando de premiações passadas, explicando certas categorias e ponderando sobre os possíveis vencedores de 2009.

Bons filmes!

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Crítica: SOBRE MENINOS E LOBOS (2003)

Sean Penn, em uma forte cena do filme
Contando com clima extremamente realista e uma direção brilhante de Clint Eastwood, Sobre Meninos e Lobos nos mostra mais que uma história de suspense policial ou drama. O título em português já revela o grande potencial do filme, pois nos remete a um ensaio sobre a violência, a sociedade e a individualidade de cada homem. Lobo, menino ou ambos.

Jimmy Marcus (Sean Penn) perde a filha em um assassinato e se empenha em fazer justiça com as próprias mãos. Sean Devine (Kevin Bacon) é um dos policiais que investiga o caso e Dave Boyle (Tim Robins) é o principal suspeito do crime. O elemento crucial na história é que os três homens eram amigos numa infância marcada pelo abuso sexual que o personagem de Tim Robins sofrera.

Não é difícil notar o realismo e a verossimilhança do filme. A fotografia é contida, o bairro suburbano não é idealizado nem repleto de tipos, a iluminação é a mais natural possível. Quando assistimos a Sobre Meninos e Lobos, temos a impressão de que estamos olhando pela janela de nossa casa e vendo nosso bairro. Não há um clima sombrio como em Gotham City, alegre como em Mamma Mia!, ou mesmo idealista como em Benjamin Button. Tudo no filme, desde as atuações até a caracterização do espaço, nos remete a um visual cru e adulto, criando uma inquietante proximidade entre realidade e ficção.

Não é fácil pensar em um tema principal que seja abordado na película. Sob um prisma sociológico, surge a questão da violência. O abuso sexual do menino Dave Boyle é o primeiro a saltar aos olhos. Magistralmente interpretado por Tim Robins, o personagem carrega as marcas dessa violência até a vida adulta. Boyle não consegue se manter empregado, tem surtos de paranoia ou violência e se mostra um eterno menino que ainda cairá nas mãos dos lobos. Tim Robins consegue esmiuçar cada detalhe desta personalidade perturbada e complexa, desde olhares até pequenos gestos, o que lhe rendeu o Oscar de melhor ator coadjuvante em 2004. Outro ponto a ser considerado é a espiral de violência que não se esvai de forma alguma. A geração de adultos fora e continua sendo violenta e os adolescentes do presente seguem pelo mesmo caminho. De certa forma, a sombra do medo paira sobre a vizinhança do filme, garantindo que a violência se perpetue.

Sob um prisma psicológico, podemos notar as relações entre meninos e lobos, tão acertada no título em português. A primeira vista, pode parecer que os os meninos e os lobos da história já estão determinados. Porém, o grande trunfo do filme é não cair no maniqueísmo. Jimmy Marcus, mesmo adulto e pai de família, anda por aí com sua ganguezinha espalhando autoritarismo pelo bairro como um adolescente. Dave Boyle é o eterno menino preso à chaga da infância, mas que corre de si mesmo, seu maior lobo. Ainda sim ele encontra tempo para ser o predador da própria esposa.

E aqui temos outro tema interessante, as esposas. Sobre Meninos e Lobos é, de certa forma, um filme sobre homens que acaba refletindo sobre mulheres. Ora são sensíveis e espertas, ora são ingênuas. Às vezes conseguem entrar nas mentes de seus maridos, às vezes são tolas e inocentes. Mas no fim, descobrimos que cada casal se completa perfeitamente em suas fraquezas e em suas forças; não havia apenas homens, mas casais que se espelhavam a si mesmos. Os meninos eram casados com as meninas.

Sean Penn, que também levou um Oscar de melhor ator em 2004, dá um show à parte. Seu personagem, bem a meu gosto, é esférico. Ele possui múltiplas facetas a serem explorados e Sean Penn viaja por todas. O jeito de bad boy crescido e autoritário é o pano de fundo do personagem, que passa por momentos de sofrimento, de raiva e de pena. Uma cena em que se pode notar o talento com que o ator compôs o personagem é quando Jimmy chora a morte da filha junto a Dave Boyle, que pensamos ser o assassino. Acredite, é de arrepiar.

Sobre Meninos e Lobos não é um filme para qualquer um. Não há finais felizes, a ficção é nua, crua e assustadoramente parecida com nossa realidade. Prova da competência e da sensibilidade do diretor Clint Eastwood, este filme merece ser visto por todos sob a ótica da vida em sociedade. Um verdadeiro ensaio sobre nós mesmos.

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SAG 2009


O prêmio SAG (Screen Actors Guild) é oferecido a atores e atrizes por seus próprios colegas de sindicato. Esse prêmio costuma ter bastante relevância na corrida para o Oscar, pois muitos de seus votantes também votam na Academia.

Os vencedores do SAG 2009 em cinema foram (em vermelho):

MELHOR ELENCO:
Dúvida
Frost/Nixon
Milk – A Voz da Igualdade
Slumdog Millionaire
O Curioso Caso de Benjamin Button

MELHOR ATRIZ:
Anne Hathaway – O Casamento de Rachel
Angelina Jolie – A Troca
Melissa Leo – Rio Congelado
Meryl Streep – Dúvida
Kate Winslet – Foi Apenas um Sonho

MELHOR ATOR:
Richard Jenkins – The Visitor
Frank Langella – Frost/Nixon
Sean Penn – Milk-A Voz da Igualdade
Brad Pitt – O Curioso Caso de Benjamin Button
Mickey Rourke – The Wrestler

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE:
Amy Adams – Dúvida
Penélope Cruz – Vicky Cristina Barcelona
Viola Davis – Dúvida
Taraji P. Henson – O Curioso Caso de Benjamin Button
Kate Winslet – O Leitor

MELHOR ATOR COADJUVANTE:
Josh Brolin – Milk-A Voz da Igualdade
Robert Downey Jr. – Trovão Tropical
Philip Seymour Hoffman – Dúvida
Heath Ledger – Batman-O Cavaleiro das Trevas
Dev Patel – Slumdog Millionaire

O primeiro prêmio na categoria de cinema foi de Melhor Atriz Coadjuvante. Nesse ano, todas mereciam, as cinco fizeram um execelente trabalho, mas as favoritas eram Penelope Cruz e Kate Winslet. E real e justíssimamente, quem levou foi Kate Winslet, a dona do ano (quem se lembra dos dois Globo de Ouro na mesma noite?). Nessa hora, me veio a pulguinha: será que Dúvida vai ganhar Melhor Elenco? Apesar de ter sido indicado em quase todas as categorias de atuação, Amy Adams e Viola Davis não mais levariam o prêmio.

Cabe lembrar também que Kate Winslet concorre ao Oscar pelo mesmo papel que levou o SAG, mas na categoria de Melhor Atriz. É a favorita do dia 22 de fevereiro.

O próximo prêmio de cinema foi de Melhor Ator Coadjuvante, que não tem nem mais graça. Quem levou todas e continuará levando até o Oscar é Heath Ledger, por seu estupendo trabalho como o Coringa. E nessa, Philip Seymor Hoffman também não levou, o que aumentou minha pulguinha em relação ao prêmio para Dúvida.

Já no fim da cerimônia, foi anunciado o prêmio de Melhor Atriz. Para mim, a disputa estava entre Meryl Streep e Kate Winslet. Eu até acreditava que o SAG poderia fazer dobradinha com o Globo de Ouro e a Kate sair com dois prêmios na mesma noite, mas torcia pela Meryl. Tive uma boa surpresa. Meryl Streep levou o prêmio por seu ótimo trabalho em Dúvida e pelo prestígio que carrega junto a seus colegas.

Quanto ao prêmio de Melhor Ator, eu sabia que Brad Pitt não levaria, pelos motivos que já expus várias vezes nesse blog. Ele está bem, mas nada fora de série. Mickey Rourke era mais ou menos o favorito por sua premiação no Globo de Ouro, mas eu apostava em Sean Penn. Não assisti a Milk, mas nas cenas que vi o ator está irretocável, maravilhoso. Ver Penn, que sempre teve o jeitão de bad-boy, interpretar um homossexual na medida certa é ótimo. E quem levou foi Sean Penn mesmo, o que o torna favorito ao Oscar.

Por que estou questionando tanto o fato de Dúvida levar ou não melhor elenco? Por que quatro de seus atores foram indicados em três categorias, o que o torna, teoricamente, o favorito ao prêmio da noite. Porém, apenas Meryl Streep levou a estatueta. Com o prêmio de Sean Penn, confesso que fiquei em dúvida entre Milk e Dúvida. Passei longe. O filme que levou o prêmio de Melhor Elenco foi Quem quer ser um milionário?. Sobre esse, não posso comentar por que não vi o filme. Será que foi merecido?

O homenageado da noite foi o ator James Earl Jones, também famoso por sua voz que emprestou ao lendário Darth Vader e ao Rei Mufasa em Rei Leão.

Só para constar, os premiados na categoria de televisão foram Tina Fey e Alec Baldwin por seus papéis em comédia. O Melhor elenco de comédia quem levou foi 30 Rock. Nas séries dramáticas, os premiados foram Hugh Laurie e Sally Field e o elenco de Mad Men. Quem levou em telefilme ou minissérie foram Laura Linney e Paul Giamatti.

Bons filmes!

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Crítica de estreia: AUSTRÁLIA

Baz Luhrmann dirigiu apenas Vem dançar comigo (1992), Romeu e Julieta (1996), Moulin Rouge (2001) e Austrália (2008). Apesar da curta carreira, o diretor alcançou notoriedade com o controverso musical de 2001. Com Austrália a fórmula se repete: o filme certamente dividirá opiniões.

Nicole Kidman interpreta Sarah Ashley, uma aristocrata inglesa que vai a Austrália atrás de seu marido para finalizar a venda de uma grande propriedade no país em 1939, pouco antes do começo da Segunda Guerra Mundial. O que ela não espera é encontrar o marido morto e ter que assumir o controle da propriedade e de seu imenso rebanho bovino. Com a ajuda do Capataz (Hugh Jackman), Ashley enfrentará toda sorte de emoções nesta terra mágica e desconhecida. As referências ao Mágico de Oz não são mera coincidência ou gosto do diretor.

O iníco do filme causa certo estranhamento. Desde a entrada de Nicole em cena até a chegada à fazenda, há um tom debochado no filme. Muitas piadinhas sem graça num curto espaço de tempo e uma filmagem que incomoda a audiência. As interpretações também reforçam essa má impressão. Nesse ponto, pensei que o filme seria todo dessa forma caricatural, o que não me agradaria. No entanto, esse deslize logo seria superado por uma abordagem mais séria.

E seriedade o filme possui de monte. Desde o começo é possível notar que Luhrmann deseja transformar Austrália em épico. A exaltação de uma pátria, a apresentação dos heróis com respaldo moral e a proposição de um conflito cumprem sua parte na narrativa. No plano técnico, a filmagem de amplas paisagens consegue o tom épico, apesar de o diretor exagerar um pouco em sua velocidade. Dessa forma, começamos a enxergar o filme como uma produção grandiosa, tanto a partir do roteiro quanto do apuramento técnico.

Quem se lembra de Moulin Rouge, pode ter uma ideia de que Luhrmann dá valor à estética de seus filmes. Em Austrália, porém, a fotografia não é exagerada como no musical, mas contida como em Benjamin Button. As paisagens retocadas, o por-do-sol criando os efeitos visuais por trás dos atores e os imensos desertos já apontam as qualidades visuais da película. Há duas cenas que merecem destaque. A grande boiada correndo em direção ao abismo é um dos momentos mais belos e intensos do cinema recente. Acredite, não é preciso gostar de bois para apreciar a beleza que emana da tela. E o ataque japonês ao norte da Austrália também salta da tela, não dura muito, mas as cenas de explosões em volta do Rei George (David Gulpilil) estão impregnadas de beleza e simbolismo.

Apesar da inconstestável grandiosidade do fime, há vários aspectos que o comprometem, a começar pelas atuações. Os dois únicos momentos que Nicole Kidman consegue se sobressair são sua primeira tentativa de tocar a boiada e a história de Oz que conta ao pequeno Nullah (Brandon Walters). De resto, Kidman cai na normalidade. Hugh Jackman também não decepciona, mas penso que ele está longe de merecer a badalação que o envolve hoje em dia. O restante do elenco também se adequa ao figurino.

Outro ponto controverso é a própria história da película, que pode não agradar muita gente. Aqueles que não apreciarem a temática terão que aguentar quase três horas enfadonhas, assistindo somente à sucessão de imagens bem trabalhadas. Isso não sustenta o gosto da audiência. Além do mais, a grandiosidade que o filme precisa para ser visto como épico sufoca as possibilidades de a dramaticidade aflorar. Os personagens acabam sendo menos aprofundados e o drama fica em segundo plano, deixando aquela sensação de “Ok, é muito bonito, mas eu chorei mais no Marley&Eu”.

Então, se o narrador do filme nos diz que o importante de se contar uma história é sua razão de ser, cabe perguntar qual a razão de se contar a história de Austrália. Por que Baz Luhrman gastou 165 minutos e 120 milhões de dólares para contar essa história? Ora, porque o diretor australiano usou seus atores australianos para fazer um elogio à sua própria terra, tornando a Austrália o palco de poema épico moderno. Rei George é símbolo das raízes aborígenas do país, Ashley é a aristocracia colonizadora e o Capataz é a parcela da população que fica às margens das regalias da elite política. De qualquer modo, nós brasileiros podemos aprender algumas coisas com o filme.

Justamente por isso Austrália dividirá opiniões. Épicos agradam a alguns e desagradam a outros. Até hoje, ler a Ilíada e Odisséia continua um grande desafio para muita gente.

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Indicados ao SAG 2009

Amanhã é dia de SAG (Screen Actors Guild) Awards, o prêmio do sindicato dos atores. Há também as premiações dos sindicatos de diretores, roteiristas e produtores. Certamente, essas premiações não são tão conhecidas como o Globo de Ouro, mas tem mais importância na corrida para o Oscar. Isso porque as pessoas que votam na Academia são as mesmas que estão dentro de cada sindicato que premia seus colegas de trabalho.

Amanhã à noite, acontece a premiação que, na TV fechada, pode ser acompanhada pela TNT.

Segue a lista dos indicados em cinema:

MELHOR ELENCO:
Dúvida
Frost/Nixon
Milk – A Voz da Igualdade
Slumdog Millionaire
O Curioso Caso de Benjamin Button

MELHOR ATRIZ:
Anne Hathaway – O Casamento de Rachel
Angelina Jolie – A Troca
Melissa Leo – Rio Congelado
Meryl Streep – Dúvida
Kate Winslet – Foi Apenas um Sonho

MELHOR ATOR:
Richard Jenkins – The Visitor
Frank Langella – Frost/Nixon
Sean Penn – Milk-A Voz da Igualdade
Brad Pitt – O Curioso Caso de Benjamin Button
Mickey Rourke – The Wrestler

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE:
Amy Adams – Dúvida
Penélope Cruz – Vicky Cristina Barcelona
Viola Davis – Dúvida
Taraji P. Henson – O Curioso Caso de Benjamin Button
Kate Winslet – O Leitor

MELHOR ATOR COADJUVANTE:
Josh Brolin – Milk-A Voz da Igualdade
Robert Downey Jr. – Trovão Tropical
Philip Seymour Hoffman – Dúvida
Heath Ledger – Batman-O Cavaleiro das Trevas
Dev Patel – Slumdog Millionaire

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Impressões: UM FAZ DE CONTA QUE ACONTECE

Essa coluna se chama Impressões porque não chega a ser uma crítica. Estou bem ocupado nesses dias, assistindo a muitos filmes mais densos que essa história infantil que entrou em cartaz nesta sexta-feira dia 23 de janeiro. Assim, ficam apenas as minhas impressões, algo bem rápido e informal.

Ok, o nome já assusta. Sabemos que muitas traduções de títulos não são traduções, mas a invenção de um novo nome para o filme em português. Às vezes fica melhor, às vezes fica pior. Nesse, caso ficou MUITO pior. Se dependesse do nome, ninguém iria ao cinema, acredite. O Original em inglês cai melhor: Bedtime Stories.

Mas o filme em si serve de passatempo se você desejar acompanhar uma criança ou estiver sem nada para fazer. Não será uma grande diversão, há algumas passagens constrangedoras, mas não é de todo mau. O roteiro tem uma premissa legal, cria algumas piadas inovadoras que garantem algumas (poucas) risadas, mas repete muito a dose de filmes anteriores.

Se for ao cinema só por causa de Adam Sandler, não espere muito. Não sou grande fã de seu tipo de comediante e nesse filme ele não inova seu repertório. As expressões e gestos são conhecidos. Os dois atores mirins até que dão contam do recado, talvez mais por serem uma graça do que por interpretarem alguma coisa. E as mulheres do elenco só estão lá para cumprir o formulário.

E a moral da história? A mesma que já conhecemos. Valorize sua vida, tenha iniciativa, nunca deixe de acreditar (a melhor música do filme repete isso várias vezes). No entanto, há um ponto que me divertiu muito: a sátira às manias politicamente corretas que reinam absolutas hoje em dia. As dietas malucas da mãe das crianças e a referência ao Biodiesel são ótimas!

Entretenimento descompromissado. E olha lá!

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